Anjos da morte conheça facção da filha que planejou a execução da mãe
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Yane foi levada para uma emboscada pela filha menor 16 anos Foto: Reprodução Redes sociais |
Também conhecida como ADM grupo criminoso domina regiões turísticas da bahia e tem como liderança o traficante vulgo gordura foragido da justiça.
A Bahia, estado brasileiro conhecido por sua riqueza cultural, praias exuberantes e receptividade, também tem sido palco de um crescimento silencioso e perigoso da criminalidade organizada. Entre as facções que dominam territórios e impõem o medo à população, uma em especial tem chamado atenção da polícia e da mídia: os Anjos da Morte, também conhecidos pela sigla ADM. O grupo atua de forma estratégica, expandindo seu poder sobre áreas turísticas, disfarçando suas atividades ilegais sob a aparência do cotidiano local. Mas o que mais chocou o país recentemente foi a revelação de um crime macabro envolvendo uma jovem que planejou a execução da própria mãe com o apoio da facção. Um caso que revela até onde vai o poder da criminalidade quando se mistura com laços de sangue e fragilidade emocional.
Fundada há alguns anos, a facção ADM surgiu nos bastidores do tráfico de drogas, crescendo gradativamente em meio à guerra por territórios com grupos rivais. Hoje, a facção já não é mais apenas uma organização clandestina: é uma potência do crime que dita as regras em diversas comunidades. Com um poder paralelo quase institucionalizado, os Anjos da Morte aplicam sua própria “lei”, punindo aqueles que consideram traidores, impondo toque de recolher, e comandando execuções com frieza e precisão. Liderada por um criminoso conhecido como “vulgo Gordura”, que está atualmente foragido da Justiça, a ADM utiliza armamento pesado, conta com uma estrutura logística eficiente e vem se especializando em lavar dinheiro por meio de empresas fantasmas e imóveis em zonas nobres.
O crime que escancarou ainda mais os bastidores sombrios dessa facção teve início com uma denúncia chocante. Uma adolescente, influenciada por membros da ADM, planejou com frieza a morte da própria mãe. Segundo investigações da Polícia Civil, a jovem teria se envolvido romanticamente com um membro do grupo e, sob influência direta dos líderes da facção, teria começado a ver a própria mãe como um obstáculo. Em conversas interceptadas, ficou claro que a motivação do crime envolvia desde questões emocionais até interesses financeiros, como o controle de um patrimônio que poderia ser usado para beneficiar as atividades da ADM. A execução, realizada com brutalidade, ganhou repercussão nacional e levantou o alerta sobre como jovens vêm sendo recrutados, manipulados e usados como ferramentas do crime.
Mas a ADM não age de forma impulsiva ou desorganizada. O grupo utiliza redes sociais para atrair adolescentes com promessas de dinheiro fácil, status e proteção. Em comunidades carentes, onde o poder público é ausente e as oportunidades são limitadas, muitos jovens acabam se tornando alvos fáceis da ideologia da facção. A presença da ADM em regiões turísticas não é por acaso. Com o grande fluxo de pessoas, é mais fácil disfarçar movimentações ilegais, lavar dinheiro através de estabelecimentos de fachada e ocultar lideranças foragidas entre turistas e comerciantes. Muitos imóveis de luxo e até pousadas simples nas regiões de Porto Seguro, Ilhéus e Morro de São Paulo já foram mapeados como possíveis pontos de atuação da facção.
A brutalidade com que a ADM trata seus inimigos também chama atenção. Relatos de execuções públicas, desaparecimentos e ameaças frequentes são constantes nas investigações. Os moradores das áreas dominadas vivem sob medo constante, muitas vezes impedidos de procurar a polícia por medo de represálias. A lei do silêncio impera. Além disso, a facção já mostrou capacidade de infiltrar seus integrantes em instituições públicas, seja para obter informações privilegiadas ou para dificultar o avanço das investigações. O uso de adolescentes em crimes é uma tática comum, pois a legislação brasileira prevê medidas socioeducativas mais brandas, o que facilita a reincidência e a manipulação contínua desses jovens.
A polícia tem agido, mas com muitas limitações. As operações realizadas nas regiões controladas pela ADM muitas vezes enfrentam resistência armada e denuncias antecipadas por olheiros da própria facção. Mesmo com mandados de prisão e ordens judiciais em aberto contra diversos integrantes – incluindo o chefe "vulgo Gordura" – poucas prisões de fato conseguem desarticular a estrutura sólida da organização. A cada líder preso, outro rapidamente assume o posto, mantendo o ciclo de violência ativo. O uso de tecnologia e inteligência artificial nas investigações tem se mostrado promissor, mas a falta de integração entre os órgãos e a morosidade do sistema ainda são barreiras que favorecem a impunidade.
O caso da filha envolvida na morte da mãe é simbólico. Ele representa o quanto as facções estão se enraizando nos lares, transformando afetos em ferramentas de manipulação e colocando jovens sob domínio psicológico total. Psicólogos e sociólogos ouvidos pela imprensa apontam que esse tipo de crime é resultado de uma profunda desestruturação emocional e da ausência de referências familiares sólidas. A promessa de pertencimento, status e poder oferecidos pela ADM seduz, mas cobra um preço altíssimo: a perda total da humanidade. A jovem hoje responde por homicídio qualificado e associação criminosa, mas o rastro deixado pelo crime é irreversível – tanto para ela quanto para a memória da mãe assassinada.
Enquanto isso, o “vulgo Gordura” continua sendo uma sombra nas investigações. Considerado altamente perigoso, ele é apontado como o principal estrategista da expansão da ADM para fora do estado da Bahia, com tentáculos em Sergipe, Pernambuco e até no Distrito Federal. Há indícios de que ele esteja escondido em algum lugar da Região Norte, usando documentos falsos e protegendo-se com um grupo seleto de seguranças armados. Sua captura é considerada prioridade máxima, mas os investigadores admitem que a estrutura de proteção ao líder é tão complexa quanto a de um chefe de cartel internacional.
A sociedade, por sua vez, assiste a tudo isso com crescente preocupação. A atuação da ADM, agora escancarada pela tragédia familiar que envolve a filha assassina, mostra que o crime organizado não é apenas um problema policial. É também um reflexo do abandono social, da falta de políticas públicas eficazes e da necessidade urgente de ações preventivas. Enquanto o Estado não ocupa os espaços deixados nas comunidades, facções como os Anjos da Morte continuarão a crescer, arregimentar e matar – inclusive dentro das próprias famílias. O caso que choca o Brasil não é um ponto fora da curva. É o retrato de um cenário cada vez mais comum e devastador.
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